Reino Animal
O Reino Animal, Animalia ou Metazoa é composto por organismos heterótrofos, ou seja, aqueles que não produzem o próprio alimento.
Essa é uma das principais características do grupo e que os diferencia de outros seres vivos, como dos vegetais.
Os seres que pertencem ao reino animal são eucariontes e pluricelulares. Eles possuem capacidade de locomoção e grande parte fazem reprodução sexuada.
Poríferos
Os poríferos são popularmente conhecidos como esponjas, e são animais pluricelulares, eucariontes, heterótrofos, com simetria radial ou assimétricos. São animais que apresentam desenvolvimento embrionário apenas até a etapa de blástula. Ou seja, eles não formam nem tecidos embrionários, nem tecidos adultos, também não apresentando sistemas, e por conta disso são alocadas em um sub-reino Parazoa, dentro do Reino Animalia.
Células com funções específicas:
Coanócitos: Células flageladas que ajudam na circulação da água no interior do organismo e para captura de alimentos.
Porócitos: Células com poros, que permite a entrada de água no interior do organismo.
Pinacócito: Células de revestimento das esponjas.
Espículas: São estruturas de sustentação encontradas nas esponjas, e podem ser de calcário de cálcio, espongina ou sílica dependendo do grupo.
Neste filo encontramos animais aquáticos (quase todos de origem marinha); que são sésseis, ou seja, eles são fixos no substrato pois não conseguem se locomover depois de adultos; eles não possuem tecidos definidos; são desprovidos de sistema nervoso e de tubo digestivo, a digestão nesses animais é intracelular, ocorre dentro da célula.
Seu corpo também pode ser dividido em:
Átrio: Cavidade no interior do corpo.
Ósculo: Orifício encontrado na parte superior do corpo do animal, por onde sai a água que entrou no organismo.
Reprodução:
A reprodução pode ser assexuada, por brotamento ou regeneração de pedaços do corpo; ou sexuada, com formação de larvas móveis, são essas larvas que atuam na dispersão do animal fixo, se não fossem elas, eles não conseguiriam colonizar outros locais que não o de sua origem.
Cnidários ou Celenterados
Os Cnidários são o grupo das águas-vivas e anêmonas, sendo animais pluricelulares, eucariontes, heterótrofos, com simetria radial, e exclusivamente aquáticos, com a maior parte das espécies vivendo em ambiente marinho. São animais que apresentam desenvolvimento embrionário apenas até a etapa de gástrula. Ou seja, eles formam apenas os tecidos de endoderma e ectoderma, sendo considerados animais diblásticos. Como o blastóporo forma a boca, são também protostomados. Podem se apresentar em forma livre (medusa) ou em forma séssil, fixa no substrato (pólipo), dependendo do estágio do ciclo reprodutivo ou do grupo taxonômico.
Aparelho digestivo
Esses animais apresentam digestão intra e extracelular. A disgestão intracelular acontece em vacúolos digestivos e a digestão extracelular dentro de um tubo digestivo incompleto (sem ânus), chamado de cavidade gastrovascular ou celêntero, daí o nome celenterados.
A digestão só acontece na presença de enzimas produzidas pelas glândulas da gastroderme. Assim como os poríferos, eles também não possuem sistemas respiratório, circulatório e excretor.
Existe um sistema nervoso difuso (uma rede de células nervosas), alguns apresentam ocelos que percebem intensidades de luz e, estatocistos que funcionam como órgãos de equilíbrio.
Os cnidários apresentam um tipo específico de célula em seus tentáculos, o cnidócito. Essas células lançam o nematocisto, uma espécie de cápsula que contém um filamento com espinhos e um líquido urticante.
O nematocisto é responsável por injetar substâncias tóxicas que auxiliam na captura de presa e na defesa. Em humanos, pode causar queimaduras.
Os cnidários apresentam dois tipos morfológicos, as medusas e os pólipos. Algumas espécies podem apresentar as duas formas em diferentes períodos da vida.
As medusas são representadas pelos organismos natantes, como as águas-vivas. Apresentam um corpo gelatinoso em forma de sino, com tentáculos em sua margem e a boca central.
Os pólipos constituem os organismos sésseis, ou seja, fixos a um substrato. Apresentam formato tubular, como as anêmonas-do-mar. Eles podem viver em colônias ou isolados.
Respiração:
Os cnidários não possuem sistema respiratório. As trocas gasosas ocorrem diretamente entre cada célula e o meio, através de difusão.
Reprodução:
Os cnidários podem apresentar reprodução assexuada e sexuada.
PLATELMINTOS
Os Platyhelminthes ou platelmintos são conhecidos como vermes achatados, por conta de seu corpo achatado dorso-ventralmente. São protostomados triblásticos acelomados (não apresentam celoma).
O sistema digestivo é incompleto, apresentando apenas boca, e a digestão é extracelular e intracelular.
Habitat e modo de vida dos Platelmintos : Alguns deles possuem vida livre, podendo habitar a terra úmida, a água doce ou o ambiente marinho. Muitos são parasitas e causam doenças nos seres humanos e em outros animais.
Respiração: Não possuem sistema respiratório, a respiração é cutânea direta, ou seja, as trocas gasosas ocorrem por difusão através da pele. Nas espécies parasitas, a respiração é anaeróbia.
Os platelmintos da classe Cestoda (tênias) são parasitas e não possuem sistema digestório, a absorção de nutrientes ocorre por difusão através da superfície do corpo.
No desenvolvimento embrionário, a boca é formada pelo blastóporo, assim os platelmintos são animais protostômios.
Possuem simetria bilateral e não são segmentados.
Reprodução: A maioria das espécies é monóica (hermafrodita), podendo existir indivíduos dioicos como os esquistossomos.
Reprodução Sexuada: Geralmente realizam fecundação cruzada, onde dois indivíduos hermafroditas trocam espermatozoides (planárias e esquistossomos). Podem fazer autofecundação (tênias).
Reprodução Assexuada
As planárias possuem grande capacidade de regeneração. Podem se reproduzir assexuadamente por esquisogênese.
Classificação dos platelmintos
Turbellaria – planárias
Trematoda – esquistossomos
Cestoda – tênia
Esquistossomos
Parasita causador da esquistossomose ou (barriga d’água) é o Schistosoma mansoni. É dióico e apresenta nítido dimorfismo sexual.
Tênia
Parasita do tubo digestivo, conhecida por solitária
Planárias
As espécies de platelminto de vida livre mais conhecidas são chamadas popularmente de planárias.
Nematelmintos
Os nematelmintos são chamados de vermes cilíndricos ou alongados.
Apresentam, geralmente, vida livre, sendo encontrados em ambientes aquáticos (tanto de água doce, quanto salgada), ou em ambientes terrestres úmidos. Podem, também, se alojar no interior de outros organismos, atuando como parasitas. Aproximadamente 50 espécies de nematóides estabelecem relação de parasitismo. São exemplos de vermes nematelmintos as Lombrigas e os Ancilostomas, causadores, respectivamente, da Ascaridíase e da Ancilostomose.
São organismos triblásticos, possuindo assim três folhetos embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma), que darão origem aos demais tecidos e órgãos do corpo.
Além disso, são animais pseudocelomados: possuem uma cavidade cheia de líquido chamada de pseudoceloma, pois não é delimitada apenas por mesoderma como o celoma verdadeiro, mas sim pelo mesoderma e pelo endoderma.
Outra característica fundamental dos nematelmintos é a presença de sistema digestório completo, sendo, portanto, os primeiros animais a possuírem boca e ânus.
Possuem corpo cilíndrico e bem alongado, com simetria bilateral, podendo dividir seu corpo em duas partes iguais e apresentando duas regiões (região posterior e anterior). Podem apresentar uma cutícula protéica protetora acima da epiderme (camada de células mais externa do corpo) e abaixo da epiderme, apresentam células derivadas do mesoderma que possuem capacidade de contração, auxiliando na locomoção desses organismos.
Possuem uma ampla cavidade cheia de líquido entre o tubo digestivo e a parede corporal.
Serve como “esqueleto hidrostático”, que mantém a forma do animal e proporciona alguma sustentação. O líquido que ocupa a cavidade corporal permite a distribuição de várias substâncias, como nutrientes, resíduos e gases.
Sistema nervoso – do tipo ganglionar, é formado por dois cordões longitudinais, um dorsal e outro ventral.
Sistema excretor – é formado por dois canais longitudinais, dispostos um em cada lado do tubo digestivo.
Reprodução – na cavidade corporal, alojam-se as gônadas: testículos ou ovários.
Anelídeos
Anelídeos (Filo Annelida) são animais que apresentam o corpo formado por uma série de anéis. Como representantes deles, temos as sanguessugas e as minhocas.
Possuem o corpo formado por vários segmentos que lembram uma série de anéis fundidos uns aos outros. Vivem em ambientes variados, sendo encontrados em ambiente marinho, em água doce e em solo úmido. Possuem representantes de diversos tamanhos, existindo organismos com menos de 1 mm e até com mais de 3 m, sendo esse o caso da minhoca gigante australiana.
São animais triblásticos (possuem três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme), celomados (possuem uma cavidade corporal revestida por tecido derivado da mesoderme chamada de celoma) e protostômios (o blastóporo origina a boca). Seu corpo é mole e seu celoma é cheio de líquido, atuando, desse modo, como um esqueleto hidrostático.
A organização do corpo em uma série de segmentos semelhantes é chamada de metameria. O corpo de um anelídeo apresenta três regiões, denominadas prostômio, tronco e pigídio.
A parte anterior do corpo é chamada de prostômio e é onde o cérebro do animal está. O tronco é formado pelos segmentos do animal e é onde se encontra a maioria dos sistemas. A parte terminal do corpo, por sua vez, é chamada de pigídio e é onde o ânus é encontrado.
Alimentam-se de diferentes produtos, existindo espécies carnívoras, herbívoras e até parasitas. Esses animais apresentam sistema digestório completo.
A respiração dos anelídeos pode ser realizada de diferentes formas. Algumas espécies apresentam respiração cutânea, outras, no entanto, apresentam respiração branquial.
Reprodução
A reprodução dos anelídeos pode ser de forma assexuada ou sexuada.
Com exceção dos poliquetos que são dióicos, os demais anelídeos são monóicos (hermafroditas).
Classificação
Os anelídeos são classificados em três grupos, conforme a presença e ausência de cerdas.
Oligoquetas: Apresentam cerdas curtas e em pouca quantidade. São hermafroditas, encontrados meio terrestre úmido ou aquático. Exemplos: minhocas, tubifex e minhocuçu.
Hirudíneos ou Aquetas: Não apresentam cerdas. Vivem em meio aquático ou terrestre úmido. São hermafroditas. Exemplo: sanguessuga.
Poliquetas: Apresentam cerdas evidentes. Vivem em meio aquático. Exemplos: nereis e tubícolas.
Moluscos:
Os moluscos são animais de corpo
mole, geralmente envoltos por uma concha.
A concha é presente em ostras, mariscos, caracol e caramujo. Em alguns, como a lula, a concha é interna e em outros, é ausente, como no polvo.
As conchas são importantes para proteger o corpo mole dos moluscos e evitar a perda de água.
Os moluscos vivem em ambientes aquáticos marinho ou de água doce e no meio terrestre úmido.
O filo Mollusca é o segundo maior em número de espécies, aproximadamente 50 mil, atrás apenas dos artrópodes.
São animais invertebrados, triblásticos (possuem três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme), celomados (possuem uma cavidade corporal, revestida por tecido derivado da mesoderme, chamada de celoma), com simetria bilateral, e protostômios (o blastóporo origina a boca).
O corpo de todos os moluscos apresenta uma divisão básica:
Pé: auxilia o animal na movimentação, fixação e escavação.
Massa visceral: porção do corpo do molusco na qual estão os órgãos internos.
Manto: dobra de tecido que recobre a massa visceral e é responsável por secretar a concha nos animais em que ela possa estar. Em algumas espécies, o manto forma a chamada cavidade do manto, na qual se alojam as brânquias e abrem-se os sistemas digestório, excretor e genital.
Alimentação e Sistema Digestório
Os moluscos possuem um sistema digestivo completo, com boca e ânus.
Os cefalópodes e gastrópodes apresentam a rádula, uma espécie de língua com dentes afiados, usada para raspar os alimentos.
Respiração dos moluscos:
A respiração branquial é realizada pelos moluscos que vivem na água, como os polvos, lulas e ostras.
A respiração pulmonar está presente em moluscos que vivem em ambiente terrestre, como os caracóis.
A respiração cutânea ocorre com as lesmas que também vivem em ambiente terrestre, sob o solo e em árvores.
Reprodução
Os moluscos apresentam reprodução sexuada, com fecundação interna ou externa.
Classificação:
Os moluscos são animais que apresentam grande diversidade de formas e tamanhos. Eles distribuem-se em três classes principais: gastrópodes, bivalves e cefalópodes.
Os gastrópodes são os moluscos que possuem concha em espiral constituída por uma única peça. São exemplos de gastrópodes os caracóis, caramujos e lesmas. Eles representam o maior grupo dos moluscos.
A sua massa visceral fica no interior da concha, constituindo uma única peça. Usam os pés para a locomoção.
Os gastrópodes são animais invertebrados terrestres.
Os bivalves são moluscos de ambiente marinho, formados por duas conchas articuladas e unidas por um ligamento. São exemplos de bivalves os mariscos, ostras e vieiras.
Entre as duas conchas fica o corpo do animal, constituído pelo pé e pela massa visceral. O pé é pequeno ou ausente.
Os cefalópodes não apresentam concha ou esta é interna. São exemplos de cefalópodes o polvo, lula e náutilos.
São os moluscos mais complexos, dotados de sistema nervoso bastante desenvolvido e de olhos semelhantes aos dos vertebrados.
Da cabeça partem tentáculos, em número de oito nos polvos e de dez nas lulas. Os tentáculos têm ventosas que podem servir para capturar uma presa ou prender o animal a um substrato, como uma rocha.
Artrópodes
Artrópodes (filo Arthropoda) são animais dotados de patas articuladas e que possuem esqueleto externo (exoesqueleto) nitidamente segmentado. Entre eles, besouros, borboletas, aranhas, camarão, centopeia e piolho de cobra.
Se destacam pela presença de apêndices articulados e um exoesqueleto quitinoso, que protege o corpo do animal contra perda de água e predadores. O grupo dos artrópodes é bastante rico em espécies, com mais de um milhão de espécies descritas.
Os artrópodes são animais invertebrados, não apresentando, portanto, crânio e coluna vertebral. Além de serem invertebrados, todos os artrópodes apresentam as características a seguir.
São triblásticos: apresentam três folhetos embrionários (endoderme, mesoderme e ectoderme).
São celomados: apresentam celoma, uma cavidade corporal revestida por tecido derivado da mesoderme.
São protostômios: o blastóporo origina a boca.
Possuem simetria bilateral: o corpo desses animais pode ser dividido em duas metades iguais.
Apresentam corpo segmentado com apêndices articulados
Possuem exoesqueleto de quitina
Classificação dos Artrópodes
Dependendo da classificação adotada, o filo Arthropoda pode ser dividido em categorias que reúnem os animais segundo características anatômicas como números de patas e antenas.
Atualmente, se utiliza também informações genéticas e de parentesco evolutivo, sendo os artrópodes divididos em 3 subfilos: Crustacea (separa os crustáceos em classes), Chelicerata (classe dos aracnídeos), Hexapoda (classe dos insetos) e Myriapoda (classe dos diplópodes e dos quilópodes).
Veja a seguir esses grupos:
Hexápodes – a principal classe desse subfilo é a dos insetos, grupo com maior diversidade entre os animais, que possui cerca de 900 mil espécies. Possuem 3 pares de patas e 2 pares de antenas, além de 1 ou 2 pares de asas. Exemplos:abelha, mariposa, gafanhoto, pulga, traça, barbeiro, mosquito;
Quelicerados – a classe dos aracnídeos é composta de animais com 4 pares de patas e sem antenas, no lugar de mandíbulas possuem quelíceras e palpos, sendo assim chamados quelicerados,entre eles, Exemplos: aranha, carrapato, escorpião, ácaro;
Crustáceos – o subfilo é dividido em muitas classes, como a malacostraca, entre eles, camarão, lagosta e caranguejo e a cirripedia, das cracas. São animais marinhos, na sua maioria, e possuem geralmente 5 pares de patas e 2 pares de antenas;
Miriápodes – esse grupo é constituído de animais com muitas patas, sendo mais conhecidas a classe dos diplópodes, entre eles, piolho de cobra ou embuá (animais que têm entre 25 e 100 patas, sendo duas por segmento), e dos quilópodes (entre 15 e 170 patas ), entre eles, a lacraia ou centopeia.
Importância dos artrópodes
São animais essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas, atuando na polinização de diversas espécies, como alguns insetos.
O sistema circulatório dos artrópodes é do tipo aberto, ou seja, o sangue não corre exclusivamente dentro de vasos, sendo lançado em espaços que circundam os tecidos e órgãos.
O sistema digestório é completo e com digestão extracelular.
Reprodução é, em sua maioria, sexuada, mas também ocorre reprodução assexuada. As abelhas, por exemplo, produzem zangões por partenogênese.
Equinodermos
Equinodermos (Filo Echinodermata) são animais marinhos, triblásticos, celomados, deuterostômios e que apresentam um sistema vascular aquífero exclusivo do filo.
São animais que vivem no ambiente marinho e destacam-se por seus representantes, em sua maioria, apresentarem o corpo repleto de espinhos ou projeções pontiagudas. Essa característica foi utilizada para denominar o grupo, sendo o termo equinodermo derivado do grego — echin, que significa “coberto de espinhos”, e derma, que significa “pele”.
Características gerais dos equinodermos
Os equinodermos são animais que vivem exclusivamente no ambiente marinho. Eles possuem uma movimentação lenta, sendo algumas espécies sésseis. Não formam colônias nem existem espécies parasitas. Atualmente são conhecidas cerca de 7000 espécies diferentes de equinodermos, dentre as quais podemos destacar as estrelas-do-mar, as bolachas-da-praia e os pepinos-do-mar.
Apresentam um endoesqueleto (esqueleto interno) formado por placas calcárias, do qual partem, frequentemente, os espinhos ou projeções pontiagudas. O endoesqueleto é recoberto por uma fina epiderme.
Esses animais não apresentam cabeça, portanto, seu corpo não apresenta região anterior e posterior, ele é organizado em eixo oral-aboral, sendo a porção oral a região da boca e a porção aboral a região oposta a ela.
O sistema digestório é completo na maioria das espécies, sendo os ofiúros uma exceção. Uma curiosidade a respeito das estrelas-do-mar é que elas são capazes de lançar o estômago para fora do corpo e lançar sucos digestórios sobre sua presa, iniciando a digestão externamente. Posteriormente, esses animais recolhem seu estômago, com o alimento pré-digerido, e finalizam a digestão.
A respiração é feita por difusão pelo sistema ambulacrário, em algumas espécies, e por brânquias, em outras. Nos holoturoides, observa-se a chamada árvore respiratória, que está próxima da cloaca e garante as trocas gasosas nesses animais.
O sistema nervoso, por sua vez, consiste em um anel nervoso de onde saem nervos radiais. Esses animais possuem sexos separados, fecundação externa e desenvolvimento indireto, com surgimento de larvas.
Sistema ambulacrário ou sistema vascular aquífero
O sistema ambulacrário, também conhecido como sistema vascular aquífero e sistema hidrovascular, é exclusivo dos equinodermos. Ele consiste em uma rede de canais preenchidos por um fluído similar à água do mar que se diferencia por possuir células, proteínas e íons potássio. Esses canais ramificam-se pelo corpo do animal e possuem extensões denominadas pés ambulacrais. Esse sistema está relacionado com diversos processos, tais como alimentação e locomoção.
Classificação dos equinodermos
Os equinodermos podem ser divididos em cinco classes: Asteroidea (estrelas-do-mar), Ophiuroidea (estrelas-serpentes), Echinoidea (ouriços-do-mar e bolachas-da-praia), Holothuroidea (pepinos-do-mar) e Crinoidea (lírios-do-mar).
Ophiuroidea: esses animais possuem um disco central de onde partem braços longos e flexíveis. Sua movimentação ocorre, principalmente, pela ação dos seus braços, que fazem movimentos como de uma serpente.
Echinoidea: nesse grupo encontram-se membros de corpo arredondado (ouriço-do-mar) e de corpo achatado (bolachas-da-praia). Não possuem braços, como os outros equinodermos. Os pés ambulacrais estão organizados em cinco fileiras que permitem a movimentação lenta desses animais. Uma característica marcante nesse grupo é a chamada lanterna de Aristóteles, um aparelho raspador presente em ouriços-do-mar que se caracteriza pela presença de cinco placas calcárias.
Holothuroidea: é um dos grupos mais distintos de equinodermos. Nesses animais o endoesqueleto é reduzido e seu corpo é alongado. Possuem cinco fileiras de pés ambulacrais, e algumas dessas estruturas estão modificadas como tentáculos ao redor da boca, ajudando esses animais em sua alimentação.
Crinoidea: são equinodermos que lembram pequenas plantas. Alguns representantes desse grupo vivem aderidos ao substrato (lírios-do-mar), enquanto outros conseguem rastejar-se utilizando seus braços (penas-do-mar).
Animais Vertebrados
Os animais vertebrados, pertencentes ao reino animal, filo chordata e que possuem vértebras, ou seja, os ossos que compõem a coluna vertebral.
Peixes
Peixes são animais que vivem em ambiente aquático e apresentam uma série de adaptações a esse ambiente, como a presença de nadadeiras e corpo frequentemente fusiforme.
Caracterizam-se por ser o grupo mais numeroso e diversificado nos vertebrados. Nesse grupo de animais, temos representantes com corpo tipicamente fusiforme; respiração, geralmente, do tipo branquial; presença de nadadeiras; e ectotermia. Esse grupo inclui peixes cartilaginosos, que possuem esqueleto formado por cartilagem, e peixes ósseos, que possuem o esqueleto ósseo.
Vale salientar que muitas modificações ocorreram na classificação dos animais após adoção da metodologia cladística e aprimoramento das técnicas de análise de DNA.
Uns atingem 20 metros de comprimento, como os tubarões, outros atingem 4 metros como o atum e o peixe espada, enquanto outros não passam de 5 centímetros.
Alguns peixes são herbívoros, alimentam-se principalmente de algas. Outros são carnívoros, alimentam-se de outros peixes e de animais diversos como moluscos e crustáceos. Alguns têm hábitos curiosos. O peixe-arqueiro, por exemplo, habitante dos pântanos e arrozais, costuma nadar lentamente junto à superfície. De repente percebe um inseto sobrevoando o local, o peixe cospe-lhe água, derruba-o e engole-o rapidamente.
Possuem um sistema digestório completo, com intestino terminando em cloaca nos peixes cartilaginosos e em ânus nos peixes ósseos. O sistema excretor desses animais é formado por um par de rins. Nos peixes cartilaginosos, é excretado principalmente ureia, e, nos peixes ósseos, observa-se a eliminação de amônia.
O sistema circulatório é fechado, e observa-se a presença de um coração com duas cavidades: um átrio e um ventrículo.
Os peixes têm poderosos e eficientes órgãos sensoriais, como a linha lateral. Essas estruturas, localizadas lateralmente no peixe, permitem que o animal consiga captar movimentos na água e, consequentemente, evitar predadores.
São animais ectotérmicos, ou seja, são incapazes de manter a temperatura do seu corpo constante utilizando mecanismos fisiológicos.
A reprodução dos peixes varia de grupo para grupo. Nos cartilaginosos, ocorre fecundação interna; já na maioria dos peixes ósseos, ocorre fecundação externa. Nos peixes ósseos, pode-se observar, em algumas espécies, o desenvolvimento indireto, com a formação de larvas, e o desenvolvimento de uma fase denominada alevino.
Os peixes podem ser divididos tradicionalmente em dois grandes grupos: os peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) e os peixes ósseos (Osteichthyes). Os peixes cartilaginosos recebem essa denominação por não apresentarem ossos formando seu esqueleto, o qual é constituído predominantemente de cartilagem. Tubarões, arraias e quimeras são representantes desse grupo de peixes, sendo a maior parte das espécies marinhas.
Os peixes ósseos, assim como o nome sugere, apresentam um esqueleto ósseo. Nesses animais, a brânquias estão cobertas pelo opérculo, uma espécie de aba óssea que protege essas estruturas. Nos peixes ósseos, observa-se a presença da bexiga natatória. Outras características que podem ser citadas são: boca na extremidade anterior, intestino terminado em ânus e excreção da amônia.
Anfíbios
Anfíbios são um grupo de animais vertebrados conhecidos por possuírem uma “vida dupla”, com uma fase de vida aquática e outra terrestre.
Os anfíbios podem ser classificados em três grupos: Anura, Urodela e Apoda. Desses, o grupo dos anuros destaca-se como o mais diversificado, apresentando muitos representantes bastante conhecidos, tais como sapos e rãs. Atualmente no planeta são reconhecidas cerca de 7000 espécies diferentes de anfíbios, sendo 900 encontradas em nosso país.
São animais vertebrados ectotérmicos (não são capazes de regular a temperatura corporal por mecanismos internos, sendo fundamental para isso fontes externas), e uma de suas características mais marcantes é a presença de um ciclo de vida com uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre.
Os anfíbios merecem destaque por outras características importantes, tais como a realização de trocas gasosas pela pele, apresentando, desse modo, respiração cutânea. Em algumas espécies, a respiração cutânea complementa a respiração pulmonar, entretanto, em algumas espécies terrestres, observa-se a ausência de pulmão, apresentando exclusivamente a respiração cutânea. Não podemos esquecer-nos também de que os anfíbios que vivem no ambiente aquático apresentam respiração branquial.
Presença de glândulas que secretam veneno, as quais são responsáveis pela proteção desses animais. São encontradas, principalmente, na região dorsal, entretanto, a posição das glândulas bem como sua quantidade variam de uma espécie para outra.
Sistema cardiovascular dos anfíbios é fechado e a circulação é dupla, ou seja, o sangue corre no interior dos vasos sanguíneos e, para completar um circuito, passa duas vezes pelo coração. O coração dos anfíbios é dividido em três cavidades, sendo dois átrios e um ventrículo. Devido à presença de apenas um ventrículo, o sangue rico em oxigênio entra em contato com o sangue rico em gás carbônico, portanto, diz-se que a circulação é incompleta.
No que diz respeito ao sistema excretor, vale destacar a presença de rins. Muitos anfíbios excretam amônia quando estão na sua fase aquática e mudam completamente sua forma de excreção quando estão no ambiente terrestre, passando a excretar ureia.
Uma característica interessante a respeito dos anfíbios é o fato de que esses animais são os únicos vertebrados que apresentam quatro dígitos nas mãos (caudados e anuros).
Urodela ou Caudata: como o nome sugere, essa ordem é constituída por anfíbios que possuem cauda, a qual é geralmente maior ou do tamanho do corpo do animal. Como representantes, temos as salamandras e tritões.
Anura: destaca-se por ser a ordem mais diversificada e conhecida de anfíbio. Nesse grupo estão inclusos sapos, rãs e pererecas, animais que, diferentemente dos urodelos, não possuem cauda. O corpo desses animais é curto e apresenta quatro membros locomotores nos adultos, sendo os membros posteriores maiores que os anteriores, o que lhes garante a capacidade de saltar. Muitas espécies são venenosas e apresentam coloração de aviso que afasta os predadores. A maioria dos representantes desse grupo tem a capacidade de vocalização.
Apoda ou Gymnophiona: não apresentam patas e vivem, com exceção das espécies que são predominantemente aquáticas, grande parte da sua vida em galerias no solo. O corpo é alongado e os olhos são reduzidos e pouco funcionais. Como representantes, temos as cecílias, também chamadas de cobras-cegas.
As principais características são:
Pulmões onde ocorrem trocas gasosas;
Pele permeável, que também executam trocas gasosas;
Coração, com dois átrios e um ventrículo, aumentando a eficiência de transporte de sangue;
Tímpano, uma membrana que vibra com o som e remete estímulos para as estruturas nervosas do ouvido;
Pálpebras que protegem os olhos e realizam sua limpeza;
Patas bem definidas.
Reprodução dos Anfíbios
A reprodução é sexuada, geralmente com fecundação externa, onde a fêmea elimina os óvulos na água e o macho despeja os espermatozoides sobre eles.
Os embriões se desenvolvem em forma de larvas, que passam pela metamorfose, originando os adultos.
Répteis
Os répteis são animais vertebrados que pertencem ao Reino Animalia, Filo Chordata e Classe Reptilia.
Na história evolutiva, os répteis foram os primeiros animais vertebrados a conquistarem o ambiente terrestre.
São exemplos de répteis: tartaruga, jabuti, cágado, cobra, serpente, jacaré, crocodilo, camaleão, iguana e lagarto.
O corpo dos répteis é formado por cabeça, pescoço, tronco e cauda.
Eles possuem dois pares de membros locomotores, cada um com cinco dedos acabados em garras e pernas reduzidas em alguns lagartos, mas ausentes em outros, como as cobras.
Eles podem ser animais rastejantes ou nadadores, como as tartarugas marinhas que possuem patas em forma de remos.
A pele é ressecada e resistente, coberta por escamas de origem epidérmica, o que a torna queratinizada e praticamente impermeável.
Temperatura corporal
Os répteis são animais pecilotérmicos, ou seja, são incapazes de manter a sua temperatura corporal constante. Assim, eles necessitam do calor do ambiente para regulação da temperatura corporal.
A maior parte dos répteis são ovíparos. Apenas algumas cobras e lagartos são ovovivíparas.
Apresentam fecundação interna, onde o macho introduz os espermatozoides no interior do corpo da fêmea.
Sistema digestório e alimentação
O sistema digestório é completo. Eles apresentam boca, faringe, esôfago, estômago, intestino e cloaca. Além disso, possuem fígado e pâncreas.
A maioria dos répteis são carnívoros. Algumas poucas espécies são herbívoras e onívoras.
Alguns répteis, como o jacaré e a matamatá, são animais predadores e ocupam o topo da cadeia alimentar.
Sistema Circulatório
A circulação é fechada, dupla e completa.
Sistema Respiratório
Os répteis apresentam respiração pulmonar. Os pulmões apresentam alvéolos pulmonares tornando eficiente as trocas gasosas.
Sistema Sensorial
O órgão olfativo dos répteis lhes permite sentir o gosto e o cheiro, sendo que a maioria dos répteis é capaz de ouvir sons.
A visão não é privilegiada, mas os olhos possuem pálpebras e membrana nictitante para protegê-los quando submersos.
Podemos classificar os répteis em quatro ordens principais:
- Chelonia: Dentre as suas principais características, podemos destacar a presença de escudos e plastrões, estruturas muito importantes para a proteção. Exemplo de representantes: tartarugas, cágados e jabutis.
- Crocodilia: Os animais dessa ordem apresentam corpo revestido por placas córneas. Eles são os únicos répteis que possuem coração com quatro cavidades completamente separadas. Exemplo: crocodilos e jacarés.
- Squamata: Incluem os representantes que possuem corpo recoberto por escamas. Exemplos: Cobras (ofídios) e lagartos (lacertílios).
- Rhynchocephalia: Esse grupo é considerado primitivo. Seu corpo é recoberto por escamas córneas. Exemplo: Tuataras.
Aves
As aves são animais vertebrados, de sangue quente (homeotérmicos), que possuem o corpo revestido de penas.
Características Gerais das Aves
Temperatura corporal
Aves são animais de sangue quente, também chamados homeotérmicos ou endotérmicos, por sua capacidade de manter a temperatura corporal constante. Para isso, elas apresentam um metabolismo elevado, necessitando de muita energia.
As penas são uma característica exclusiva das aves. Elas permitem o voo, são isolantes térmicos (importante para a homeotermia) e funcionam para a camuflagem e como atrativo sexual. Habitualmente, é o macho que possui uma plumagem exuberante, como o pavão.
Voo
O voo é uma importante adaptação das aves, que lhes permite:
Habitar diversos ambientes;
Fugir dos predadores;
Buscar novas fontes de alimentos;
Aumentar o campo visual;
Realizar migrações quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como no período de inverno.
A capacidade de voar que as aves apresentam, podem ser divididas em carinatas e ratitas.
As carinatas são aves que apresentam uma quilha no osso esterno, chamada carena. Possuem músculos peitorais desenvolvidos que são responsáveis pelo batimento das asas.
Muitas podem voar, outras fazem apenas voos curtos, como a galinha. Algumas aves como os pinguins, sofreram modificações em suas asas, que as tornaram aptas apenas para a natação.
As ratitas são aves que não apresentam carena no esterno, e são incapazes de voar, como a ema e o avestruz.
A pele das aves é queratinizada, seca e impermeável. Algumas possuem glândulas uropigianas,situadas sobre a região posterior do corpo, acima da cauda, que auxiliam na hidratação da pele ao secretar um óleo.
Outra característica das aves é o canto, gerado por um órgão fonador, que é a siringe.
A respiração das aves é realizada pelos pulmões, que não possuem alvéolos, são formados por vários para-bronquíolos, onde ocorrem as trocas gasosas.
O sistema circulatório é formado por um coração com dois átrios e dois ventrículos, que impedem a mistura de sangue rico em oxigênio com o sangue desoxigenado. A circulação é chamada de dupla e completa.
O sistema nervoso é composto por um encéfalo e nervos.
As aves são animais ovíparos, ou seja, produzem ovos.
Mamíferos
Os mamíferos são animais que se destacam pela presença de pelos e glândulas mamárias, as quais produzem leite, alimento essencial para os filhotes.
A presença de diafragma e dentes diferenciados também são características típicas dos mamíferos.
Atualmente, são conhecidas mais de 5.300 espécies, dentre as quais se inclui a espécie humana.
Por viverem em diferentes ambientes, podemos observar também diferentes formas de locomoção, como o nado das baleias, o voar dos morcegos e capacidade de planar de certos esquilos.
No que diz respeito à alimentação, esses animais são também muito distintos, existindo espécies:
carnívoras,
herbívoras,
onívoras.
Os mamíferos possuem sistema digestório completo, circulação fechada, dupla e completa, respiração pulmonar, sistema excretor composto por dois rins e um sistema nervoso desenvolvido.
Características gerais dos mamíferos
Os mamíferos constituem uma classe (classe Mammalia) bastante diversificada de animais vertebrados que inclui seres com as mais diversas características e hábitos de vida. São animais que vivem em praticamente todos os ambientes, não existindo nenhuma espécie parasita.
Características exclusivas dos mamíferos
Algumas características são exclusivas dessa classe, como:
presença de pelos,
glândulas mamárias,
diafragma,
dentes diferenciados.
Os pelos dos mamíferos, que podem cobrir totalmente ou somente parte do corpo, são extremamente importantes para manter a temperatura corporal. Esses animais são endotérmicos, e a presença de um isolamento térmico é importante para a conservação da temperatura.
O sistema cardiovascular dos mamíferos apresenta um coração com quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos), assim como nas aves. A circulação é fechada.
Reprodução dos mamíferos
Os mamíferos são animais dioicos, ou seja, apresentam sexos separados. A fecundação nesses animais é interna, e o desenvolvimento é direto.
Classificação dos mamíferos
Costuma-se dividir essa classe em duas subclasses: Prototheria e Theria. A subclasse Theria é dividida em duas infraclasses: Metatheria (marsupiais) e Eutheria (placentários). Existe ainda a classe Allotheria, entretanto, todos os seus representantes estão extintos.
Os representantes da subclasse Prototheria (monotremados) caracterizam-se por botar ovos, ocorrência comum em répteis. Outra característica desses animais são as mamas sem mamilo.
Os marsupiais (Metatheria) são animais que apresentam uma característica extremamente interessante que diz respeito ao desenvolvimento embrionário. Os filhotes desses mamíferos não nascem completamente formados, terminando seu desenvolvimento dentro de uma bolsa denominada marsúpio. Os cangurus e gambás fazem parte dessa infraclasse.
Os placentários (Eutheria) representam a grande maioria dos mamíferos. Entre os representantes, podemos citar o homem, cachorro, elefante, coelho, girafa, baleia, entre outros. Sua principal característica é o fato de que o desenvolvimento embrionário ocorre dentro do útero da mãe. A alimentação e as trocas gasosas ocorrem através da placenta. Diferentemente dos marsupiais, eles já nascem completamente formados, sendo a gestação de eutérios mais longa.
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