ORIGEM DOS SERES VIVOS: BIOGÊNESE E ABIOGÊNESE

Essa teoria era aceita até meados do século XIX e representava o pensamento em uma época que poucos recursos tecnológicos existiam. Até esse momento não se tinha conhecimento de células, gametas e, muito menos, de mecanismos evolutivos e genéticos. Assim sendo, toda teoria era criada apenas a partir de observações dos acontecimentos do dia a dia.

Primeiro surgiu a teoria da abiogênese: Ela postulava que os microrganismos nasciam de forma espontânea, sem a necessidade de um reprodutor vivo. Depois, experiências mostraram que essa afirmação não fazia sentido e que os seres vivos precisavam, sim, de um reprodutor vivo para poder nascer. Desse novo pensamento surgiu a teoria da biogênese.

Em 1668, o médico e cientista italiano Francesco Redi realizou um experimento colocando cadáveres de animais em frascos com bocas largas. Desses, alguns foram vedados com uma gaze fina e outros deixados abertos.

Após alguns dias, ele observou que nos frascos abertos surgiram vermes. Enquanto nos frascos fechados não haviam vermes.


Redi concluiu que o fato das moscas não poderem entrar nos frascos fechados impediu o surgimento de vermes. As moscas seriam as responsáveis pelo surgimento dos vermes. Com o experimento de Redi, a abiogênese começou a perder credibilidade.
Ainda assim, mesmo com a nova afirmação, uma leva de pesquisadores não concordou com Redi. Exemplo foi o inglês John Needham que, em 1745, separou um caldo nutritivo em vários frascos e os ferveu por 30 minutos, fechando imediatamente com rolhas de cortiça. Alguns dias depois, ele percebeu que os frascos foram tomados por microrganismos. Com isso, Needham afirmou que a única explicação possível era a geração espontânea, pela abiogênese.



Em 1770, o padre e pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani tentou provar que Needham estava errado. Para isso, ele refez os experimentos do caldo nutritivo, mas tomando como base o fechamento por vedação hermética além do fechamento com rolhas de cortiça. 

Com esse experimento, Spallanzani conseguiu contestar a abiogênese, mostrando que surgiram micróbios apenas nos frascos fechados com rolhas, concluindo que o tempo de fervura ou a vedação usados no experimento de Needham foram insuficientes para impedir a contaminação.

Em 1862, a teoria da abiogênese foi derrubada definitivamente por Louis Pasteur.

Pasteur realizou experimentos com caldos nutritivos em balões do tipo pescoço de cisne. Após ferver o caldo, o pescoço do balão era quebrado e surgiam microrganismos. Em balões sem o pescoço quebrado, os microrganismos não apareciam.
Pasteur provou que a fervura não destruía nenhum tipo de "força ativa". Além disso, bastava quebrar o pescoço do balão para que os microrganismos surgissem, através do contato com o ar.



Diferenças entre abiogênese e biogênese

A diferença entre abiogênese e biogênese está na hipótese levantada por cada uma delas. A abiogênese defende que o surgimento de seres vivos pode ocorrer a partir de seres não-vivos. 

A biogênese surgiu para desmistificar a primeira teoria. Ela defende que o nascimentos dos seres vivos depende de um outro ser vivo para a reprodução.

teoria da biogênese, por sua vez, surgiu para contrapor a ideia de que a matéria bruta poderia originar um novo ser. Segundo a biogênese, todos os seres vivos são originados de outros seres vivos preexistentes, ou seja, um rato não pode nascer a não ser de outro rato. Espécies de anfíbios e répteis só podem nascer de espécies preexistentes desses animais.

Essa ideia hoje é bem entendida por todos, entretanto, para refutar a teoria da abiogênese, diversos pesquisadores dedicaram anos de estudo para a compreensão dessa questão. Os estudos mais marcantes realizados para explicar a biogênese foram feitos por Francesco Redi e Pasteur.



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